Retorno da Vida Corporal à Vida Espiritual

Pessoa Linda, Ola!!!
Como tens passado???

A magia da vida é interrompida pela morte e nos surpreendemos sem saber o que nos acontecerá depois desse tempo no mundo físico.

Em que se torna a alma logo após a morte? Quando o ser humano morre o que volta a ser?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, onde havia deixado temporariamente.

 A alma, após a morte, conserva sua individualidade?
– Sim, a alma nunca a perde a individualidade. O que seria ela se não a conservasse?

Como a alma continua a ter a sua individualidade, uma vez que não possui mais seu corpo material?

– Ela ainda tem um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: o seu corpo espiritual que denominamos de perispírito, que possui todas as qualidades e defeitos, cicatrizes e marcas inerentes ao ser que acabou de deixar o corpo físico.

 A alma nada leva consigo deste mundo?

– Nada mais do que as lembranças, as conquistas morais e o desejo de ir para um mundo melhor. Essas lembranças são cheias de doçura ou amargura, de acordo com o emprego
que fez da vida. Quanto mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa na Terra, quanto mais material ou sensual mais sofre com o desprendimento do corpo.

O corpo ou a alma sente alguma dor no momento da morte?
– Não; o corpo sofre, muitas vezes mais, durante a vida do que no momento da morte, a alma não toma nenhuma parte nisso. Os sofrimentos que às vezes ocorrem no momento da morte são uma alegria para o Espírito, que vê chegar o fim de seu exílio.
Na morte natural, a que acontece pelo esgotamento dos órgãos em conseqüência da idade ou por doenças graves, o homem deixa a vida sem se dar conta disso. É como um foco de luz que se apaga por falta de suprimento.

Como se opera a separação da alma e do corpo?
– Quando os laços que a retinham se rompem, ela se desprende.

 A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

– Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Esses dois estados se tocam e se confundem de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o retinham no corpo físico: eles se desatam, não se quebram.

 Durante a vida, o Espírito se encontra preso ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não do perispírito, que se separa do corpo quando nele cessa a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; opera-se
gradualmente e com uma lentidão muito variável, conforme os indivíduos.

Para uns é bastante rápido e pode-se dizer que o momento da morte é ao mesmo instante o da libertação, quase imediata. Mas, para outros, aqueles cuja vida foi extremamente material e sensual, o desprendimento é mais demorado e dura algumas vezes dias, semanas e até mesmo meses. Isso sem que haja no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade
de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre corpo e Espírito, afinidade que sempre se dá em razão da importância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria.

É racional conceber, de fato, que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais sofre ao se separar dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral, a elevação de pensamentos, operam um início do desprendimento mesmo durante a vida do corpo, de tal forma que, quando a morte chega, o desprendimento é quase instantâneo.

Esse é o resultado de estudos feitos em todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações ainda provaram que a afinidade que em alguns indivíduos persiste
entre a alma e o corpo é, algumas vezes, muito dolorosa, visto que o Espírito pode sentir o horror da decomposição. Esse caso é excepcional e particular para certos gêneros de vida e certos gêneros de morte; verifica-se entre alguns suicidas.

Na morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda não estão enfraquecidos pela idade ou por doenças, a separação da alma e o término da vida ocorrem simultaneamente?
– Geralmente é simultâneo, mas, em todos os casos, o momento dessa separação é muito curto.

 No caso de decapitação, por exemplo, o homem conserva por alguns instantes a consciência de si mesmo?
– Muitas vezes a conserva durante alguns minutos, até que a vida orgânica tenha-se extinguido completamente. Mas às vezes ocorre que a apreensão da morte pode fazer com que perca a consciência mesmo antes do instante do suplício.

 Trata-se aqui da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo, como homem e por intermédio dos órgãos, e não como Espírito. Se não perdeu a consciência antes do suplício pode, ainda, conservá-la por alguns instantes que são de uma duração muito curta e cessa necessariamente com a vida orgânica do cérebro, o que não implica que o
perispírito esteja completamente desligado do corpo. Pelo contrário: em todos os casos de morte violenta, quando não acontece pela extinção natural das forças vitais, os laços que unem o corpo ao perispírito são muito fortes e o desprendimento completo demora mais.

No momento da morte, tudo é inicialmente confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela fica atordoada, semelhante à situação de uma pessoa que desperta de um profundo sono e procura se dar conta da situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam à medida que se apaga a influência da matéria da qual acaba de
se libertar e à medida que se vai dissipando uma espécie de névoa que obscurece seus pensamentos.

O tempo da perturbação que se segue à morte do corpo é bastante variável. Pode ser de algumas horas, de muitos meses ou até mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que se identificaram já na vida terrena com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua posição.

Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares de acordo com o caráter dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte.

Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia (lesão cerebal aguda), ferimentos, etc., o Espírito fica surpreso, espantado e não acredita estar morto. Sustenta essa idéia com insistência e teimosia. Entretanto, vê seu corpo, sabe que é o seu e não compreende que esteja separado dele. Procura aproximar-se de pessoas que estima, fala com elas e não compreende por que não o escutam. Essa ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito reconhece o estado em que se encontra e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos.

Esse fenômeno se explica facilmente. Surpreendido pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que se operou nele. A morte é, para ele, sinônimo de destruição, de aniquilamento. Mas, como ainda pensa, vê, escuta, não se considera morto. O que aumenta ainda mais sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao anterior, cuja natureza etérea não teve ainda tempo de estudar. Acredita que seja sólido e compacto como o primeiro e quando percebe esse detalhe, se espanta por não poder apalpá-lo.

Esse fenômeno é semelhante ao que acontece com os sonâmbulos inexperientes que não acreditam dormir, porque, para eles, o sono é sinônimo de suspensão das atividades, e,
como podem pensar livremente e ver, julgam não estar dormindo. Alguns Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não tenha acontecido inesperadamente. Porém, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de estar doentes, não pensavam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu enterro como sendo
o de um estranho e falando sobre o assunto como se não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.

A perturbação que se segue à morte nada tem de pesaroso para o homem de bem! É calma e muito semelhante à de um despertar tranqüilo.
Para aquele cuja consciência não é pura, a perturbação é cheia de ansiedade e angústias que aumentam à medida que reconhece a situação em que se encontra.

Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou apenas se preocupa com aqueles que lhe interessam.

O Livro dos Espíritos

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